Doenças
Linfoma: tipos, sintomas e tratamento
Equipe Dasa Genômica
04 de agosto de 2023
Compartilhe este artigo:
Qual a função do sistema linfático?
O sistema linfático é composto por uma importante rede de vasos linfáticos que transportam a linfa dos tecidos por todo o corpo. A linfa contém células do sistema imune (linfócitos B, T e células NK “natural killer”). A transformação dos linfócitos saudáveis em células malignas e o crescimento desordenado de partes do sistema linfático levam à formação dos linfomas.
Fatores de risco para o linfoma
Entre os fatores de risco, destacam-se as doenças autoimunes (artrite reumatoide, lúpus eritematoso), as imunodeficiências hereditárias e adquiridas (HIV, transplantes), parentes de primeiro grau com diagnóstico de linfoma, exposição ao vírus Epstein-Barr (EBV), infecção pelo vírus linfotrópico de células T humanas (HTLV), infecção pela bactéria Helicobacter pylori. Fatores como exposição a pesticidas, radiação ultravioleta e ionizante também são associados ao risco aumentado de desenvolver a doença.
Tipos de Linfoma
Os linfomas são divididos em dois grupos principais: os linfomas de Hodgkin (LH), composto por apenas 4 subtipos, e os linfomas não-Hodgkin (LNH), composto por mais de 80 subtipos de características muito variadas.
Linfoma de hodgkin
O linfoma de Hodgkin (LH) é surge a partir da transformação dos linfócitos saudáveis em uma célula chamada de Reed-Sternberg, responsável por desencadear uma intensa reação inflamatória, levando a formação de linfonodos aumentados constituídos por células doentes e muitas células normais inflamatórias.
O LH pode ser classificado em quatro subtipos: esclerose nodular, celularidade mista, rico em linfócitos e depleção linfocitária). De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), são estimados 3.080 novos casos de LH no período de 2023 a 2025. A doença acomete preferencialmente adultos jovens (15 a 39 anos) ou pessoas com mais de 75 anos, mas pode acontecer em qualquer idade.
Linfoma não hodgkin
O linfoma não Hodgkin (LNH) é classificado de acordo com o tipo de célula de defesa afetada: linfócitos B, linfócitos T ou linfócitos NK. O LNH representa 80% dos diagnósticos de linfoma. Segundo o INCA, são estimados no Brasil, 12.040 novos casos no período de 2023 a 2025. Acomete crianças, adolescentes e adultos, mas apresenta discreta predileção por homens, sendo mais frequente à medida que as pessoas envelhecem.
Considerando o tamanho da célula, a forma e o padrão, além da velocidade com que a doença se dissemina, o LNH pode ser classificado em mais de 80 tipos, podendo ser indolente (crescimento lento) ou agressivo.
Cada subtipo de LNH apresenta diferentes manifestações clínicas, faixa etária mais comumente atingida, velocidade de crescimento, tipos de tratamento e taxas de cura. Os mais comuns são o linfoma difuso de grandes células B, o linfoma folicular, o linfoma de células do manto, o linfoma de zona marginal nodal, o linfoma de Burkitt, entre outros.
Sintomas de linfoma
Os sintomas de linfoma podem variar muitíssimo considerando os inúmeros subtipos e o fato de poder acometer praticamente qualquer órgão ou tecido do nosso corpo. Os sintomas mais comuns são o aumento dos gânglios linfáticos da virilha, axilas e pescoço, sudorese noturna, febre, dificuldade para respirar, cansaço, perda de peso repentina, entre outros.
O diagnóstico deve ser feito por meio da biópsia do linfonodo ou do órgão e/ou tecido acometido pela doença. O estadiamento e definição de risco por meio de exames de imagem, sendo o mais importante o PET-CT. A doença é classificada em quatro estadios: I (inicial), II (localmente avançada), III (avançada) e IV (disseminada). Exames de sangue, testes moleculares e exames complementares de imagem podem ser solicitados para melhor caracterização da doença e prognóstico.
A administração da quimioterapia é o principal tratamento para os linfomas, algumas vezes associadas a imunoterapia com anticorpos monoclonais como o rituximabe e o brentuximabe. A radioterapia pode ser realizada isoladamente ou associada à quimioterapia em alguns casos. O transplante de medula óssea é indicado apenas quando o paciente não responde aos tratamentos convencionais ou em casos de recaída.
Mais recentemente, foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para linfomas B o tratamento com células T com receptor antigênico quimérico (CAR-T Cell) como terapia celular personalizada desenvolvida a partir das células de defesa retiradas do próprio paciente, modificadas geneticamente em laboratório, e depois devolvidas ao paciente para agirem para combater o linfoma que o acomete. Esse tratamento, entretanto, só está indicado em alguns subtipos de linfomas B recidivados, têm custo altíssimo e ainda estão com acesso muito restrito para a maioria dos pacientes.
É importante esclarecer que felizmente a grande maioria das pessoas com linfoma serão curadas com os tratamentos atualmente disponíveis apenas com uma linha de tratamento, mesmo quando a doença é diagnosticada no seu estadio mais avançado.
Equipe Dasa Genômica