Câncer de ovário: o que é, sintomas, causas, como prevenir, tratar e mais

Por: Mércia Patrícia Ferreira Conceição

O câncer de ovário é o câncer ginecológico mais agressivo e, devido às dificuldades em diagnosticá-lo em estágios iniciais da doença, apresenta grande letalidade.

Conhecer sobre o câncer de ovário, entendendo suas causas, sintomas e formas de diagnóstico auxiliam na implementação de condutas de prevenção contra a doença.

A seguir responderemos os principais questionamentos em torno do câncer de ovário, trazendo algumas informações que você precisa saber sobre o assunto:

O que é câncer de ovário?

Os ovários são órgãos do sistema reprodutor feminino, estão localizados na pelve e se encontram um de cada lado do útero. São responsáveis pela produção de hormônios sexuais e armazenamento dos óvulos.

Assim como os demais cânceres, o câncer de ovário evolui a partir de células com alterações no DNA (mutações) que favorecem a divisão celular das células deste órgão de forma desenfreada, resultando na formação de uma massa tumoral com potencial para invadir e danificar os tecidos e outros órgãos.

Quais são os sintomas de câncer de ovário?

Os sintomas do câncer de ovário são inicialmente silenciosos e aparecem com maior evidência em estágios mais avançados da doença. Além disso, são sintomas comuns a outros tipos de enfermidades, gerando assim confusão quanto às causas dos sintomas.

Por isso, é importante conhecer seu corpo e procurar um médico para investigação clínica caso os seguintes sintomas apareçam:

– Constipação ou diarréia

– Aumento do volume abdominal

– Massa abdominal palpável

– Perda de peso

– Dor pélvica

– Fadiga

– Perda de apetite

– Alterações gastrointestinais

Quais são as causas do câncer no ovário?

O câncer de ovário evolui a partir de células alteradas geneticamente, essas alterações genéticas podem ser hereditárias, ou seja, passadas de pais para filhos, ou adquiridas ao longo da vida.

Diferentes fatores podem aumentar os riscos do desenvolvimento desse tipo de tumor e estão associados a questões genéticas, hormonais e comportamentais, veja a seguir quais são alguns deles:

– Herança de mutação em genes específicos, como BRCA1 e BRCA2;

– Idade, sendo mais frequente em mulheres acima dos 40 anos;

– Terapia hormonal pós menopausa;

– Infertilidade;

– Nuliparidade (mulheres que nunca tiveram filhos, incluindo as que sofreram perdas gestacionais);

– Incidência anterior de câncer de mama;

– Histórico familiar de parente de primeiro grau com diagnóstico de câncer de ovário, de mama ou colorretal.

Não há uma única causa ou fator de risco para o câncer de ovário, mas testes genéticos permitem identificar alterações em genes que conferem predisposição ao desenvolvimento da doença.

Como prevenir a doença?

A manutenção de um estilo de vida saudável, com prática regular de exercícios físicos, eliminação do hábito de tabagismo e controle do peso ajudam na prevenção do câncer de ovário e, inclusive, de outras doenças. A gravidez e a amamentação também são eventos importantes no ciclo de vida reprodutivo da mulher que garantem a redução dos riscos de desenvolver a doença.

Além disso, o uso de pílulas anticoncepcionais pode diminuir as chances do desenvolvimento do câncer de ovário, porém, em alguns casos, são contraindicadas, sendo, inclusive, um fator de risco para o desenvolvimento de outras doenças. É importante consultar um médico e discutir sobre seu uso com o especialista.

Como o exame dos genes BRCA1 e BRCA2 pode apoiar o diagnóstico precoce do câncer de ovário?

Como explicamos, o câncer de ovário evolui a partir de células com mutações em seu DNA. Geralmente, erros no material genético são corrigidos por mecanismos de defesa da própria célula. No entanto, algumas vezes essas mudanças na sequência do DNA acometem justamente os genes responsáveis por essa correção, atrapalhando o desempenho da sua função e predispondo ao desenvolvimento do câncer.

Os genes BRCA1 e BRCA2 são exemplos de genes com função de reparo do DNA e que podem estar mutados nos tumores. Dados científicos demonstraram que a presença de mutações patogênicas nos genes BRCA1 e BRCA2 conferem um risco cumulativo de desenvolver câncer de ovário de 44% e 17%, respectivamente, aos 80 anos

A análise dos genes BRCA1 e BRCA2 permite identificar possíveis alterações nestes genes que levem à susceptibilidade ao desenvolvimento de câncer de ovário. Dessa forma, o médico poderá estabelecer uma conduta de prevenção a partir de estratégias de redução de riscos e rastreio da doença.

Assim, além de possibilitar a prevenção do desenvolvimento do tumor, também auxilia no aumento das chances de identificar a doença em estágios iniciais, o que é crucial para beneficiar o paciente com melhor resposta aos tratamentos e maiores chances de sobrevivência.

Como é feito o diagnóstico?

É extremamente importante consultar um médico caso perceba os sintomas associados à doença, para que o especialista indique exames para investigação, se necessário. Exames ginecológicos complementares, como a ultrassonografia transvaginal, podem auxiliar no diagnóstico do câncer de ovário, por exemplo.

Apesar de sua especificidade limitada, a análise dos níveis da glicoproteína CA-125 também auxilia no diagnóstico da doença, pois a proteína encontra-se aumentada na metade das pacientes em estágio inicial e em mais de 80% das pacientes em estágios avançados.

Os exames genéticos, por sua vez, podem contribuir para identificação de predisposição ao desenvolvimento do câncer. Esses exames auxiliam o médico e o paciente a adotarem estratégias redutoras de risco ou que possibilitem o diagnóstico mais precoce do câncer de ovário.

A Dasa Genômica oferece diversos exames para diagnóstico de câncer hereditário incluindo o PNGS, que analisa genes associados ao desenvolvimento do câncer de mama e ovário e que, inclusive, é coberto pelas operadoras de saúde. Além disso, temos também o Painel NGS Para Câncer Hereditário com Análise de CNV, que analisa genes associados a cânceres hereditários, incluindo o de ovário.

Consulte um médico para mais informações sobre o câncer de ovário e avaliação do seu risco. Caso seja necessário um teste genético, entre em contato com a nossa equipe.

Qual é o tratamento para câncer de ovário?

O tratamento para o câncer de ovário depende de algumas características do tumor como tamanho, localização e se é metastático, ou seja, se espalhou para outros órgãos.

De modo geral, a remoção do tumor com cirurgia e administração de radioterapia ou de quimioterapia antes e/ou depois da cirurgia são os principais tratamentos utilizados, porém outras estratégias terapêuticas como radioterapia, tratamento hormonal e medicamentos alvo-dirigidos também podem ser utilizadas.

O câncer de ovário possui maior resposta ao tratamento quando identificado precocemente, por isso não deixe de realizar seus exames de rotina e procure um médico em caso de sintomas. O diagnóstico precoce é a melhor alternativa para garantir um tratamento adequado e promissor.

Referências

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